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User Acquisition em 2024: Estratégias, Tecnologias e Oportunidades para Profissionais de Marketing no Brasil

O artigo explora as estratégias e desafios de User Acquisition no Brasil em 2024, abordando tendências globais, práticas eficazes e adaptações necessárias para o mercado brasileiro.

User Acquisition, ou aquisição de usuários, é o motor que sustenta o crescimento de qualquer produto digital hoje. Seu papel é captar e qualificar novos usuários com eficiência, reduzindo custos e maximizando o retorno sobre investimento (ROI). No Brasil, com a explosão do uso de smartphones e a maturação do mercado digital, entender e aplicar as melhores práticas dessa disciplina é fundamental para empresas que querem crescer de forma sustentável. O ano de 2024 traz desafios inéditos, como novas regulamentações de privacidade, o avanço das inteligências artificiais e a mudança nos canais de aquisição — tudo isso exigindo uma nova postura diante da performance em marketing digital. Este artigo aprofundado revela as principais tendências globais e como elas dialogam com o contexto brasileiro, trazendo insights técnicos, estudos práticos e orientações para alavancar aquisições qualificadas.

Contexto Global e Histórico do User Acquisition

Desde a popularização dos dispositivos móveis na última década, a aquisição de usuários migrou de campanhas massivas e pouco segmentadas para estratégias ultrafocadas e baseadas em dados. Na origem, o foco central era o custo por instalação (CPI), mas hoje a atenção se desloca para métricas muito mais sofisticadas como o Lifetime Value (LTV) e a qualidade do usuário, avaliadas por eventos dentro do aplicativo (event-based targeting).

Em 2023, segundo relatório da Singular, o mercado mundial gastou mais de US$ 336 bilhões em publicidade mobile, impulsionado por 250 bilhões de downloads globais de apps — números que continuam mostrando robustez mesmo diante da volatilidade econômica mundial. Nessa jornada evolutiva, o uso de técnicas como Custom Product Pages (CPPs) para a Apple Store e a expansão de marketplaces alternativos, como a Galaxy Store, têm remodelado o ecossistema de aquisição no Android e iOS, trazendo mais opções para segmentação e controle de custos.

Outra mudança de grande impacto é a nova ênfase na privacidade: a chegada do SKAdNetwork 4.0 (SKAN) para iOS e o Privacy Sandbox para Android obrigam os profissionais a repensar suas estratégias, dado o acesso reduzido aos dados do usuário. O resultado é que o setor de user acquisition tem migrado fortemente para otimizações baseadas em eventos pós-instalação e padrões probabilísticos, fortalecendo a importância do tracking ético e da confiança do consumidor.

A Aquisição de Usuários no Brasil: Desafios e Particularidades

A realidade brasileira apresenta oportunidades únicas e, ao mesmo tempo, requer adaptações significativas nas práticas de user acquisition. A penetração de smartphones no Brasil supera 80% da população urbana, e o comércio eletrônico segue crescendo a taxas expressivas. No entanto, o mercado local sofre com desafios como a infraestrutura desigual de conexão (muita população em 4G e poucos em 5G pleno), concorrência acirrada em segmentos saturados e comportamento regional altamente heterogêneo.

Além disso, a diversidade linguística e comportamental pode exigir abordagens hipersegmentadas, como o uso de dialetos e referências culturais nos criativos para gerar maior engajamento. Startups brasileiras e gigantes de tecnologia estão cada vez mais investindo em estratégias cross-platform, integrando lojas oficiais como Google Play e App Store com marketplaces locais e de terceiros.

Exemplos notórios de sucesso aparecem na atuação de fintechs, que usam microssegmentação e parcerias com influencers locais para ampliar sua base com custo controlado, e no varejo digital, que utiliza estratégias de recuperação de carrinhos e personalização por machine learning para aumentar a conversão. Já setores como saúde e educação digital demandam um cuidado especial com conformidade legal e comunicação de valor, refletindo nas escolhas da estratégia de aquisição.

Aspectos Técnicos e Melhores Práticas em User Acquisition

1. Estruturação de Personas e Segmentação

O primeiro passo para um plano de user acquisition eficiente é a definição detalhada de personas, contemplando dados demográficos, comportamentais e psicográficos. Uma segmentação granular permite direcionar campanhas adequadas em canais específicos, resultando em maior qualidade do usuário e menores custos.

2. Otimização Baseada em Dados de Eventos Pós-Instalação

Substituir o foco exclusivo no CPI por métricas de eventos — como primeira compra, registro, ou uso ativo — apoia decisões mais estratégicas. A otimização orientada por eventos utiliza aprendizado de máquina para ajustar bids e segmentações em tempo real, uma tática apontada pela Singular como crucial para 2023 e além.

3. Criativos Dinâmicos e Vídeos Curtos

Análises da Mapendo destacam que anúncios em vídeo, especialmente de curta duração (até 15 segundos), apresentaram maior taxa de conversão e geram usuários com LTV superior, principalmente em apps de jogos e entretenimento. Testes A/B contínuos nos criativos são imprescindíveis para ajustar mensagens, formatos e estilos conforme o público-alvo.

4. Diversificação e Integração de Canais

Não há mais espaço para estratégias monocanal. O uso conjunto de redes sociais, marketplaces alternativos (como Galaxy Store), SEO, marketing de influência e até estratégias de referral são indispensáveis para ampliar alcance e otimizar o CAC (Custo de Aquisição de Cliente). Uma abordagem multicanal, aliada a testes de performance em tempo real, gera maior resiliência e escalabilidade.

5. Privacidade e Compliance

No ambiente regulatório atual, o uso responsável dos dados, respeito à LGPD e adaptação ao SKAN 4.0 são obrigatórios para manter a efetividade das campanhas e a confiança do usuário. Isso envolve trabalhar com provedores de atribuição confiáveis e reduzir dependência de cookies e parâmetros de URL expostos.

Estudos de Caso e Aplicações Práticas no Brasil

  • Fintech Líder no Nordeste: Aplicou segmentação regional combinada com microinfluenciadores locais para reduzir seu CAC em 25%, priorizando conteúdos em português informal e regionalizado. Alinhou campanhas a eventos de cashback que capturaram alta taxa de conversão.
  • Startup Healthtech em São Paulo: Otimizou sua aquisição com eventos pós-instalação, desencadeando campanhas de remarketing focadas em engajamento, o que dobrou o LTV médio dos usuários em seis meses, assim como reforçou compliance com a LGPD por meio de análise consentida de dados.
  • App de Educação Digital: Investiu em Custom Product Pages em português focadas em segmentações por faixa etária e tipo de curso, aumentando a taxa de instalação qualificada em 30%. Utilizou vídeos curtos para explicar funcionalidades e benefícios, garantindo maior geração de leads orgânicos.

Checklist de Boas Práticas e Armadilhas em User Acquisition

Faça:

  • Desenvolva personas detalhadas antes de criar campanhas.
  • Invista em creatives testados com ênfase em vídeos curtos e conteúdo local.
  • Otimize campanhas com dados pós-instalação para focar em LTV, não só CPI.
  • Utilize múltiplos canais, incluindo lojas alternativas e marketing de influência.
  • Respeite a privacidade do usuário e adapte-se às novas regulamentações.
  • Controle custos, mas valorize a qualidade do usuário acima do volume.

Não faça:

  • Dependa exclusivamente de uma fonte de tráfego — isso é arriscado.
  • Ignore o impacto da localização e cultura no conteúdo da campanha.
  • Desconsidere a mensuração contínua e testes A/B.
  • Negligencie a conformidade legal, especialmente a LGPD e diretrizes de privacidade.
  • Use criativos genéricos ou cansativos que não dialogam com o público brasileiro.

Panorama e Tendências Futuras em User Acquisition

A fronteira da aquisição de usuários em 2024 e próximos anos está fortemente associada à inteligência artificial e ao machine learning hiperpersonalizado. O mercado caminha para hyper-personalização onde algoritmos antecipam comportamentos, segmentam em tempo real e otimizam mensagens segundo dados enriquecidos tanto pelo app quanto por fontes externas. Fundamentos como a primazia do criativo continuarão essenciais, porém integrados em sistemas automatizados que aprendem e evoluem, reduzindo o esforço manual.

No Brasil, a atenção ao idioma, regionalismos e contexto sociocultural ganham importância crescente, fazendo com que soluções locais e regionais prosperem. Além disso, a diversificação dos canais, incluindo as redes sociais emergentes e marketplaces alternativos, continuará a ser estratégica para escapar das oscilações e aumento de custo em players dominantes.

Outro ponto crítico é a evolução das regulamentações de privacidade no país e no mundo, que tende a expandir o uso de dados consentidos e métodos de atribuição probabilísticos. Profissionais que souberem antecipar e navegar essas mudanças prepararão suas empresas para uma escalada sustentável da aquisição.

Perguntas Frequentes (FAQ)

  1. O que é User Acquisition e por que é essencial?
    É o processo de conquistar usuários qualificados para seu aplicativo ou plataforma, fundamental para o crescimento e sucesso no mercado digital.
  2. Como adaptar User Acquisition para o mercado brasileiro?
    É necessário considerar a diversidade regional, uso de idioma adequado, focar em canais locais e adaptar criativos a contextos culturais.
  3. Quais são as principais métricas para mensurar o sucesso?
    Além do CPI, LTV (Lifetime Value), taxa de retenção, eventos pós-instalação e ROI são métricas cruciais.
  4. Como a privacidade impacta as campanhas de aquisição?
    Regulamentações como a LGPD e o SKAN 4.0 limitam dados acessíveis, exigindo métodos mais sofisticados e consentimento explícito para mensuração.
  5. Vale a pena usar influenciadores e marketing de conteúdo?
    Sim, principalmente microinfluenciadores locais aumentam autenticidade, alcance orgânico e engajamento, reduzindo custos de aquisição.

Conclusão

User acquisition em 2024 não é uma mera questão de volume, mas a arte e a ciência de investir estrategicamente em usuários certos, no momento certo e com mensagens que reverberam de forma personalizada e ética. O Brasil, com sua pluralidade e crescimento digital acelerado, oferece um terreno fértil para inovar, mas também exige respeito à diversidade e às regulamentações.

Profissionais de marketing e tecnologia precisarão alinhar criatividade e dados, investir em aprendizagem contínua e abraçar as mudanças regulatórias como oportunidade — e não como barreira. O futuro da aquisição será tanto tecnológico quanto cultural, meio em que apenas os mais preparados colherão frutos reais. Transcender a mera aquisição para construir relacionamento sustentável é o desafio e a promessa para as próximas décadas.

Para aprofundar esse tema e acompanhar as tendências globais, vale acompanhar fontes como a Singular Blog e outros líderes do setor.

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Dionatha Rodrigues

Dionatha é bacharel em Sistemas de Informação e especialista em Martech, com mais de 17 anos de experiência na integração de Marketing e Tecnologia para impulsionar negócios, equipes e profissionais a compreenderem e otimizarem as operações de marketing digital e tecnologia. Sua expertise técnica abrange áreas-chave como SEO técnico, Analytics, CRM, Chatbots, CRO (Conversion Rate Optimization) e automação de processos.

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